22.12.06

Natal... III









@ PBF Comics

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19.12.06

Chanuká numa tarde cinza

Senhores,

essa semana celebramos Chanuká - hoje é o quarto, quase quinto dia dos oito em que dura a festa. Antes de qualquer outra coisa, Jesus subiu a Jerusalém para celebrar Chanuká - é o que João 10:22 nos relata. E se Chanuká era bom o suficiente pra Jesus, é bom pra mim - e para todo Israel.

Já vão longe os dias em que Judas Macabeu e seus irmãos conduziram uma campanha de guerrilha contra o poderoso exército seleucida do terrível Antioco IV (Epífanes), quanto Israel foi milagrosamente libertada da opressão pagã manifestada por uma modalidade de extermínio bem conhecida do judaísmo: a assimilação.

"Transformemos os judeus em gregos, ou em qualquer outra coisa - assim os venceremos e os calaremos". Disse algum sábio que quando D'us entregou a Torá do Sinai, quando disse "não roubarás", Israel se tornou inimiga de todos os ladrões do mundo; quando disse "não matarás", tornou-se inimiga dos assassinos"; "não mentiras", dos mentirosos; "não adorarás a outros deuses", dos idólatras; e, sobretudo, quando disse "Eu sou o Senhor, único e um" fez de Israel um cálice para estontear as nações.

Parece ser muitos inimigos para uma nação, um povo só. Exterminar Israel fisicamente não era assim tão difícil - sobretudo quando estava sofrendo os castigos da apostasia. Mas o maior problema era fazer calar as palavras que portava. A única maneira seria fazer os portadores trocarem suas cargas por outras, mais convenientes.

Chanuká, portanto, é uma marca de como Israel sobrevive e tem sobrevivido, pela graça de D'us e por Sua Mão; e dos riscos que corre. Gostaria de convidar meus amigos cristãos, crentes piedosos e seguidores do Messias Judeu, a refletir, nesses dias de Chanuká, sobre a legitimidade da expressão (nativa) judaica da fé em Jesus entre crentes judeus e não-judeus que assim queiram proceder; sobre os quase dois mil anos em que judeus tiveram que desistir de sua identidade e herança para serem aceitos na Comunidade do Cordeiro.

Não, senhores, não sou um judaizante. Sou um seguidor de Paulo, ou melhor, de Shaliach Sha'ul, aquele judeu zeloso e irredutível, que levou as Boas Novas e "o Caminho" aos gentios sem requerer deles tornarem-se judeus por conversão, e de Pedro e Judas que acordaram com ele, em Jerusalém, o documento mais "ortodoxamente progressista" da história da teologia, e que está reproduzido em Atos 15.

Apenas é extremamente doloroso, todo ano, relembrar como alguns poucos querem exterminar do mundo a Semente de Abraão - e se não o conseguem de fato, causam dor inefável ao tentá-lo, com o consentimento silencioso e condescendente de tantos.

De maneira nenhuma queremos usurpar a liberdade de outros - pelo contrário queremos partilhar dela, exercendo plenamente o estatuto de nossa condição. Sem as mãos de nosso irmãos gentios só nos restam duas mortes: a assimilação ou a distância trágica do Messias.

Acendamos, então, as luzes da Chanuquía, a Menorá do milagre, plena de óleo divinamente providenciado, celebrando o retorno da Justiça, Misericórdia e Piedade à Casa da Presença, e sua dispensação a toda a Terra - e oremos para que não tarde o dia em que todo o Israel será salvo.

15.12.06

Melhores Fotografias de 2006 (segundo quem?)

Eu não gosto muito de seleções do tipo as melhores coisa em tal assunto, mas elas estão sempre presentes na internet. Principalmente em final de ano. E para não perder o espírito, a TIME fez uma seleção das melhores fotos de 2006. Realmente não sei se essas são as melhores fotos do ano, mas acho que elas são boas fotos para ilustrar uma certa agende de certas pessoas ao longo do ano de 2006, e que continuaram presentes em 2007: Afeganistão, Iraque, Israel, Palestina, Líbano, tropas estadunidenses, etc., etc., etc..

Repito: não se iluda, são imagens marcantes, algumas bastante bonitas, mas é agenda. Veja aqui.

update: aqui tem outra seleção, russa e alternativa (via Jacaré Banguela)

nota: estou seriamente preocupado com os rumos que esse blog vai tomando... desse jeito vai virar um agregador de amenidades... ¬¬

14.12.06

Cortando na própria carne: Lula e o Meio Ambiente (nota)

Recentemente este blog fez referência a um vídeo do Greenpeace, e também tecemos algumas considerações. A mais preocupante delas é o fato de o Brasil ser o 4ᵒ maior emissor de CO2 na atmosfera, e isso por conta das queimadas na Amazônia - logo, se combatêssemos as queimadas, reduziríamos nossas emissões em 1/3 a 1/2. Boa parte do empenho na luta pela preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável tem sido feita pelo heróico e competente trabalho da Ministra Marina Silva e sua equipe no Ministério do Meio Ambiente (ou MMA). Sob sua liderança, o Brasil tem alcançado uma posição de destaque nas negociações multilaterais sobre meio-ambiente e preservação, e a difícil tarefa de melhorar as condições no Brasil (que era uma luta quase solitária de ONGs) ganhou um importante aliado no poder estatal (e isso conta muito): ter como ministra uma ex-seringueira do Acre, que começou a vida política na luta comunitária e ao lado de Chico Mendes é um privilégio de poucos países.

Além da questão da Amazônia, o MMA enfrenta esses terríveis dias em que, além de queimadas, corte e derrubada ilegal de áreas de espécies ameaçadas, tráfico internacional de espécies selvagens, biopirataria; enfrenta-se a terrível questão dos famigerados trangênicos e toda a filhadaputagem das multinacionais da nascente indústria genética (quem já leu ou ouviu gente como Jeremy Rifkin ou Lestre Brown sabe do que e de quem estou falando). E as pressões internas são terríveis, sobretudo pela campanha publicitária do suposto sucesso do agronegócio brasileiro, que pressionou pela expansão da fronteira agrícola e agora exige a liberação do plantio de trangênicos e o fim das áreas de amortecimento (que devem proteger áreas de preservação).

Agora que é preciso que o Governo Lula mostre serviço, já que o "governo anterior" é o seu primeiro mandato - já que deixaram "o homem trabalhar" - é preciso que o Brasil cresça. E agora a culpa do crescimento pífio não é da falácia do modelo de desenvolvimento (it's devolution, baby!) brasileiro, mas de "entraves da política ambiental". Isso mesmo senhores, a culpa é do MMA, da ministra Marina Silva e sua equipe. Segundo essa reportagem de Mauricio Thuswohl para a Agência Carta Maior, o MMA é o bode expiatório para os problemas de crescimento, e seu desmantelamento acrescenta, de lambuja, o fim das dificuldades para práticas ambientalmente condenáveis.

Ainda segundo a reportagem na Carta Maior, e isso tem circulado na internet, o governo federal está falando na retomada do projeto nuclear para geração de energia - sem comentários. O que estamos vendo é o sacrifício das partes que ainda funcionam bem no governo pra justificar e desafogar a bagunça da economia, planejamento e gestão do país - é o famoso "nivelar por baixo". Coisa de peão. A questão é que carecemos de estadistas, visionários, gente que perceba que suas ações perdurarão para além do fim de seus mandatos. Lula sai em 2010, as conseqüências ficarão.

11.12.06

Natal... II

Cyanide & Happiness @ Explosm.net

9.12.06

Complaints Choir

Nossa época não é fácil. O mundo anda em caminhos difíceis, e qualquer um que vê jornal se policia pra não reclamar do trânsito depois de ver mais um carro bomba explodir no Iraque. É verdade, os dias são terríveis. Mas a vida do cidadão comum não parou, e o cotidiano pode guardar tragédias kafkianas inenarráveis por serem anônimas, ordinárias.

Como fazer para que pessoas comuns façam suas queixas, sejam ouvidas sem ter que tomar armas e armar uma confusão como Michael Douglas em 'Um dia de Fúria'? - aliás, sempre achei que o lado oposto de Douglas no filme, o personagem de Robert Duval, também poderia ter estourado, também vivia sob pressão num esquema aterrador...

Mas voltando à questão e já dando uma solução, ou melhor, citando uma: o projeto Complaints Choir Worldwide resolveu dar voz, literalmente, a cidadãos, digamos, desconsolados de países que, bem..., apesar de tudo têm seus problemas, como Inglaterra, Finlândia, Alemanha, Noruega, e Rússia.

Explicando: Complaints Choir poderia ser traduzido por "Coral das Queixas"; então, é um coral formado por gente comum (que é informada e convidada a participar do projeto por meio de propaganda local) que compõem juntos uma canção de lamúrias e querelas do dia-à-dia, e presentam o resultado final em público - em estações, praças, pubs, portos (?), etc..

No site oficial podem ser vistos os vídeos das apresentações do projeto em Birmingham e Helsinki, cada um com algo em torno de 8 min. (Hamburgo e St. Petersburg podem ser conferidos em fotos; os resultados em Bodoe ainda não estão no site). É engraçado, curioso, agudo (por vezes) e parece dar certo - sobretudo pela reação do público.

O tema geral (queixar-se) e o bordão (it's not fair!) são partilhados por todo o projeto (salvo engano), mas o resultado final (me parece) é fortemente influenciado pelas competências locais: o Complaint Choir de Helsink é simplismente genial, seja na afinação, no número de participantes, mas sobretudo pela sagacidade (aquela menção ao Nokia ring é impagável) - na verdade a Finlândia vai se tornando um país muito interessante: na música há a magnífica Sibelius (uma das principais escolas de música da Europa, de onde saiu essa coisa chamada Apocalyptica); o idealizador do Linux é um finlandês, o Linus Torvalds; mais de 30% dos finlandeses usam Firefox; a língua deles é uma coisa linda (o Tolkien era absolutamente apaixonado pelo finlandês, e os mitos épicos da Finlândia exerceram forte influância sobre ele)... enfim, queria ir pra lá se não fosse tão gelado... (como será que são as finlandesas, hein? Calma Carol, foi só brincadeirinha...).

Assistam, vale a pena; e pensemos: como seria um Complaints Choir Brasil?

6.12.06

Comentário que virou post (editado e extendido)

Bom, isso é um comentário que por sua relevância mereceu virar post. Em resposta ao texto "Ruim das Vi$ta", o Kurt Kraut enviou a sujestão de como organizar um "InstallFest" - ou Festa de Instalação - uma forma de reunir gente que conhece Linux (disposta a ajudar), e gente que quer conhecer Linux (mas não tem como fazê-lo sozinhos), e demonstrar como se instala uma Distro Linux, quais as vantagens do Software Livre e Open Source, como cumprir procedimentos normais, com resolver problemas comuns, etc.

O título do texto é sugestivo: "Instalo Linux por cerveja". Leia e procure colocar em prática em sua escola, comunidade, ONG, trabalho, bairro, igreja, clube. Não se engane: GNU/Linux é feito em (e faz) comunidade. Think about it.

Nota: Existem pelo menos duas distribuições GNU/Linux voltada para usuários cristãos: o ICHTUX e o Christian Ubuntu. O ICHTUX é baseado no Kubuntu 6.06 (Dapper Drake) e possui várias ferramentas interessantes no pacote, como fontes hebraicas (para suporte de texto e escrita), várias versões da Bíblia e dicionários (o nome também é muito bem bolado: Ιχθuς - peixe em grego, símbolo do cristianismo e também é um acróstico para Jesus Cristo Filho de D'us e Salvador - mais Tux, o simpático mascote do Linux). O Christian Ubuntu, obviamente, também é baseado no Ubuntu - mas rodando GNOME ao invés de KDE como Grphical User Interface, ou GUI- e me parece possuir as mesmas ferramentas. São boas opções.

Do you Ubuntu?

[nota 09/12: saiu no IDG Now! que o programa anti-pirataria do Vista® foi quebrado por Hackers, e a "solução" está disponível na internet. A Micro$oft® ainda não se pronunciou. Engraçado, onde foi que eu disse isso?]

Natal...

Passando hoje pelo Kibe Loco, segui um link que encaminhava pra essa história de Natal muito interessante e lindamente feita em flash, escrita em dois "atos" no site No Vermelho. Depois de assitir, veja uma segunda vez tentando perceber as várias referências (uma delas é tão grande - nem sei se pode ser chamada "referência" de tão gritante - que me fez pensar se não é uma peça publicitária...).

Uma dica: há um joguinho no início que vc pode pular, mas o vídeo carregado automaticamente é o segundo. Então, clique em "filme 1 - assista" para ver o primeiro. E se vc mantiver o cursor sobre a tela, os controles de vídeo e volume de som aparecem, pause a reprodução e espere a barrinha de buffer carregar, demora um instantinho, mas ajuda na reprodução. Depois assista ao "filme 2".

:)

Hoje no jornal...

Uma das coisas que mais me impressiona em Dostoiévski é sua capacidade de demonstrar e provocar perplexidade frente ao problema do mal, e do mal aos que são bons. A imágem da Rússia que se formou na minha mente (via Dostoiévski) foi de um lugar extremamente cruel sobretudo para uma criança ou um jovenzinho - e isso não é fortuito. O sofrimento do inocente reside no cerne do universo literário desse escritor - juntamente com outros dilemas, é verdade. Em Os Irmãos Káramasoff (prefiro a transliteração que a aportuguesação dos sobrenomes russos), o relato dos sofrimentos de uma criança nas mõas de seus pais é aterrador - como explicar isso de uma criança sofrer? Para além disso, o que torna a narrativa/descrição ainda mais cortante é a forma como o autor desfia os processos mentais do inocente sofredor tentando entender o por quê do sofrimento punitivo que lhe é infligido, num processo que chega ao indiscritível terror de chegar à conclusão que a causa é supra-racional, está numa dimensão governadas por potestades incompreensíveis, e inacessíveis: não há razão compreensível, só o terror na solidão e o choro amarrado na garganta.

Numa introdução a "O Idiota", numa edição da Jorge Zahar, o tradutor (o nome me escapa agora) apresenta como o romance foi concebido: no século XIX a Rússia instituiu um sistema de tribunais locais para julgar casos pequenos. Isto estava diretamente ligado ao esforço modernizador das instituições na Rússia, uma vez que os ocidentalistas ganharam parte da disputa com os eslavófilos, e parte do empreendimento era intensificar a presença do Estado e interferir na estrutura das comunidades. Quando esses tribunais se estabelecem, o que emerge é justamente o que qualquer modernos nomearia como "crueldade tradicional": uma série de casos e crimes típicos de uma estrutura social medieval julgados por tribunais orientados por uma noção de direito moderno. E todo esse material chocante alimentou outra instituição da modernidade: os jornais. Muitos deles se dedicavam à cobertura zelosa dos julgamentos daqueles tribunais, de forma que quase poderíamos compará-los aos nossos tablóides e programas policiais na televisão e rádio. Foram dessas "reportagens" que Dostoiévski recolhia grande parte de seu repertório de tragédias - e foi justamente de um desses casos que surgiu o "mote" para O Idiota.

Não temos mais um Dostoiévski - e ainda poucos leitores de seus livros (apesar de muita gente gostar de citá-lo, acompanhado por um franzir de testa e olhar compenetrado...); nossa atitude blasè se intesificou e o estranhamento frente ao sofrimento é um luxo ao qual não nos podemos dar. Mas os jornais continuam fornecendo uma enxorrada de fatos terríveis. Hoje, a Folha de São Paulo (exclusivo para assinantes, mas prometo que vou passar a usar fontes de agências de conteúdo livre ao público...) nos contou a história de Daniele, mãe de 21 anos de uma menininha que sofria de uma doença não identificada. A criança era tratada no Hospital Universitário de Taubaté, onde um quintanista de Medicina estuprou Daniele - e a ameçou, dizendo que ficasse calada por que precisava do hospital para tratar a filha. Depois de mais um crise da filha, peregrinou em busca de um encaminhamento que permitisse outro atendimento no hospital, mas a menina não resistiu, e morreu. Uma médica, Dra. Érika, a acusou de envenear a criança (um laudo teria encontrado vestígios de cocaína na lingua e mamadeira da filha). Daniele ficou presa 37 dias, e foi gravemente espancada por outras companheiras de cela. Ontem, mais de um mês depois, outro laudo confirmou que a substância não era cocaína (provavelmente se trata de um remédio em forma de pó branco, que fazia parte do tratamento da menina) - Daniele é inocente, e foi solta.

Perdera a filha, depois de muito tempo de sofrimento, e antes de pode pranteá-la, foi acusada, julgada e punida por meia dúzia de incompetentes que se acham investídos de poderes de um tipo bastante tradicional. O Estado aqui fez seu papel na ausência. A impressa fez o seu de denúncia e cobertura para as massas. E a história de Daniele foi contada por blogueiros. Dostoiévski está morto, num ataúde em minha prateleira, ao lado do computador em que escrevo... mas seu fantasma sussura ao meu ouvido dizendo que não há explicação.

3.12.06

Ruim das Vi$ta (reeditado e corrigido)

Acho que no dia 30 de novembro foi lançado a versão final do Windows Vista®. Para quem se interessar, o IDG Now! fez um especial muito interessante sobre o Vista® que vale mesmo a pena conferir. Para nós, usuários mortais, domésticos, brasileiros e descarados, há algumas notícias ruins. A primeira foi prenunciada há algum tempo pelo WGA (Windows Genuine Advantage) para o M$ Ruindows XP® (vulgo XeidePobrema), que denunciava e alertava na inicialização que a cópia do SO instalada naquele computador é ilegal. Bom, isso apavorou muita gente que instalou o Service Pack 2 - e funcionou mal, um vez que até em máquinas que rodavam XPau original (rimou...) o programinha-delator-miserável resolvia por o dedo em riste, para a surpresa do honesto usuário. O Vista®, por sua vez, vem equipado com uma versão mais "robusta", o "Windows Software Protection Platform", que também verifica e identifica a legalidade da cópia, mas travará o sistema impedindo seu uso caso detecte uma cópia pirata, a menos que o usuário compre uma cópia original - leia os detalhes aqui. Trocando em miúdos: até o ME® e 2000® a pirataria foi tolerada (era essencial para disseminar o SO e formar uma legião de usuários formados e dependentes - essa estratégia é comum entre as empresas que produzem softwares proprietários que se tornam padrão num área), no XP® um aviso de que as coisas estavam mudando foi dado, e no Vista® o uso de software pirata será combatido com ferramentas e dispositivos que limitem ou impossibilitem seu uso (é impressão só minha ou vemos aqui o mesmo padrão da lógica do traficante? As primeiras doses são de graça, e depois...). Sei não, mas vai ser muito engraçado.

Outra coisa é que o Vista® tem pretensões estéticas. Durante toda a história dos PCs e similares, tanto máquinas quanto SOs são feios, desajeitados, desprazerosos, áridos. Deixando de lado questões como confiabilidade e estabilidade (para que a humilhação não seja maior), a maioria dos usuários desejam um dia ter um Apple® (veja isso, e me diga se você também não pensa assim... e não, não são apenas monitores - todo o hardware está contido ali), porque o Mac® é lindo!!! Você não tem vergonha de deixar seu iMac na sala de estar, aliás vc provavelmente vai ser tentado a fazê-lo: ele é, de quebra, um objeto de decoração. O Mac OS® é funcional e também muito bonito, dá gosto de usar: dê uma olhadinha. Então: no XP® começaram a gastar um pouquinho da grana que rou... ops!, ...que conseguiram vendendo porcar... eita!, ...Windows® para otários, não!, digo, usuários, e melhoraram um pouquinho o layout e apresentação do SO do Bill. Mas foi muito pouco, mesmo. Agora, com o Vista®, resolveram usar o potencial de certa popularização de placas de aceleração gráfica para efeitos e geri-geris mais sofisticados. Bom, o resultado é bonito, se comparado aos padrões da própria Micro$oft® - entratanto, com tanto dinheiro e desenvolvedores, dava pra fazer alguma coisa melhor... Traduzindo: tenha uma boa placa de vídeo associada com um bom processador, porque o Vista® não vai rodar em qualquer máquina - e usar a versão soft deve ser como chupar bala no papel; logo, muitos de nós terão que ficar reféns do XP® por algum tempo.

Toda essa conversa de melhorias no Vista®, de um salto no universo de sistemas operacionais da Micro$oft® e etc., cheira à balela. Sobretudo porque o sistema é todo integrado. É, o Explore®, o Rwindows Media Player®, por exemplo, são associados ao core do Vista®, então, é impossível deletá-los sem corromper o sistema. Você até pode usar outros browsers (como o Mozilla Firefox ou o Opera) e players (como o Winamp), mas não pode se livrar do que a Micro$oft empurrar em você (imagine uma coisa: um usuário inexperiente pode nunca ficar sabendo de outras opções muitas vezes mais adequados às suas necessidade e mais eficientes por que já há uma opção embarcada de maneira mercadologimante duvidosa, senão criminosa, no Rwindows. Eu era um trouxa assim... ¬¬). Além disso, como é integrado, quando você navega na internet pelo M$ Explore®, e o Sistema identifica - ou julga ter identificado - um arquivo de vídeo ou áudio, executa-lo-á sem pedir sua permissão (lembre-se: a Micro$oft® parte do princípio que todo usuário é burro e/ou preguiçoso, e que o último nerd/geek do mundo é o Gates) - e os bandidos sabem disso. Então camuflam malwares, spywares, vírus e outras malignidades digitais como arquivos de vídeo ou áudio, porque sabem que o Rwindows® provavelmente vai (e irá) executá-los (ora!, não são vírus... a extenssão é de áudio/vídeo! ¬¬). E aí vc, seus documentos, sua conta bancária e outros seviços on line estão em apuros. Tudo isso porque o SO é "integrado"... e eles ainda anunciam isso como uma vantagem... é o famoso pega-trouxa (lembre-se, eu SOU um desses infelizes em processo de purgação).

[nota: bom, o IE6 (Internet Explorer® 6) é tido como o pior programa da história - há um certo exagero, mas ajuda a entender -, instável e cheio de vulnerabilidades. Mas tantos problemas acumulados em 3 anos de experiência parecem ter ensinado muitas lições aos desenvolvedores da Micro$oft, e o IE7 parece que vem "bem melhor". Segundo algumas análises prévias, está mais seguro e quando rodando em um tal "modo de segurança", fica totalmente isolado do resto do sistema... tá. Vou acreditar do mesmo jeito que muita gente acreditou na segurança e estabilidade do XPau®.]

Não quero estragar a festa de ningúem, mas no dia do lançamento da versão final do Vista®, alguns desenvolvedores já anunciavam que o sistema era (não ria, não ria) vulnerável a 3 das 10 piores pragas virtuais correntes (kiakiakiakiakiakiakia!) - isso deve ter sido um récorde (parabéns, Gates e Cia.). Bom... sem mais comentários.

Para fechar, saiba você, que é um cara bom e compra software original, que o novo contrato de licensa do Vista cria limitações para a instalação de uma cópia do SO num mesmo IP: ou seja, há uma certa quantidade de vezes ou uma série procedimentos para reinstalar o SO, que você comprou com seu suado dinheirinho, em sua própria máquina. É, é isso mesmo... mas, quem disse que o mundo é justo, né mesmo?

[nota: minha apreciação do Vista® pode ser medonha, tendenciosa e meio fraldinha, então leia alguma coisa mais profissional e aguda escrita pelo grande Kurt Kraut aqui (não se assute, é em português)]

Meu conselho? Bom, se você não quiser morrer de raiva, compre um Mac®. É mais caro, mas ao menos é um produto que cumpre o que promete, e com muita competência (e seus amigos vão morrer de inveja, e eu também). Você também pode esperar um pouco, porque é só uma questão de tempo para que gente sabida (já que o termo hacker agora é cheio de dignidades...) quebre os códigos e derrube as restrições do Vista®... só não sabemos o que mais quebrarão ou inserirão nas cópias "corrompidas" - é como fugir da frigideira e cair nas brasas. Uma terceira alternativa é fazer como os Pingüins Imperadores, seguindo seu expemplo: uma marcha árdua e cheia de dificuldades. Estou tentando fazer uma analogia mais poética, mas está tarde e quero teminar esse post, então: migre para alguma alternativa livre. É, dê um jeito de aprender a usar GNU/Linux, FreeBSD ou qualquer outro SO aberto, livre e confiável.

Essa não é a opção mais fácil. Eu mesmo penei muito (caso queira, leia aqui, aqui e aqui - é rapidinho). Mas o Tux e o GNU (esses simpáticos rapazinhos aí ao lado) recompensam muito bem os que perseveram até o fim (eu acho que Shaliach Sha'ul... peraí... tá bom, tá bom: o Apóstolo Paulo usaria Linux e exortaria seus discípulos despossuídos a usá-lo também... vai por mim, isso é sério). Eu poderia dedicar minha vida inteira a listar vantagens de se usar software livre, mas como não posso fazer isso, indico esse texto (aquivo .pdf em português) para que você, amigo leitor, seja introduzido rápida e didaticamente às benesses da liberdade - o que o motivará a inicar essa às vezes dura caminhada. Caso precise de um pouco mais de motivação leia esse outro post do blog do Kurt Kraut.

[nota: se você se lembrou, durante a leitura, daquele amigo meio nerd que já falou sobre o Linux e coisa e tal, bom, então convíde-o para ir à sua casa e peça ajuda para instalar alguma distribuição GNU/Linux (eu sugiro Ubuntu) em seu computador - há até a possibilidade de fazê-lo em dual boot com o Windows® num mesmo HD - e mostrar alguns truques legais... (aproveite e compre cookies, brownies e muito café... há quanto tempo vc não faz isso com um amigo?) ;)]

Abraço.

Post reeditado dia 04/12, às 14:30.