17.9.06

A Batalha do Pingüim II

Aconteceu. Finalmente aconteceu. Depois de um ano estou me tornando um usuáiro Linux fully functional. Estou usando a distribuição Ubuntu (Dapper Drake), e estou tendo uma ótima relação com o Pingüim. Meu problema se arrastava há tanto tempo devido a uma dificuldade de lidar com o Kurumin (que é uma grade distro, com certeza, mas pouco adequada pro usuário iniciante sem muita opção de ajuda - leia-se alguma amigo ou conhecido com boa vontade a quem recorrer), que depois passou por uma crise ainda maior devido a uma placa de rede integrada à placa mãe (uma Via Rhine numa Asus) que não era reconhecida nem com reza por qualquer distribuição. Sem placa de rede não havia como conectar com o modem de banda larga... e sem internet não há como usar Linux (afinal, uma de suas grandes virtudes é ser um SO plenamente consciente da Rede, integrado a ela e bem protegido - ao contrário do Windows, que morre de medo de conexões com a "nuvem do desconhecido"). Achei que era um problema das distribuições, então comprei um pacote Mandriva que vinha com suporte on line por três meses... Bom, o Mandriva não reconheceu a placa de rede, e eu acionei o suporte. Rodei alguns muitos testes, que tinham seus resultados copiados do console pra um disquete, pra eu mandar pelo Windows, que me permitia conexão. Mas, depois de muitos prompts o que me foi dito é que meu problema não tinha solução. Extra oficialmente o técnico do suporte me aconselhou a comprar uma placa off board com chipset Realtek, pois é bem suportado pelo Linux. Comprei a tal placa de rede Realtek, instalei, conectei os cabos e qual menino com brinquedo novo, iniciei o PC, bootei o Mandrake, rodei o pppoeconf e... n'água. Conectava mas não navegava. Uma tristeza. Mais algumas horas no Google procurando tutoriais e dicas e alguém recomendou rootear o modem. Lá fui eu... Mas no fins das contas, nada.
Já havia desistido, pensei em comprar uma máquina nova com um hardware mais for Linux, mas como não tinha grana, me resignei a assinar a comunidade "Adoro Linus mas uso Windows" no Orkut. Lembrei-me do belo Ubuntu, e passei na página oficial pra cheirar aqueles doces todos*... Baixei a ISO, queimei o CD e rodei, com alguma esperança que a internet funcionasse. Bom, não funcionou... e fiquei com uma distro disfuncional instalada lá, só pra lembrar que em algum lugar existe beleza e liberdade reais... [suspiros]...
Depois, há algumas semanas um problema atingiu minha vida de rotina com o Windows. Conectava-me pela manhã (usando porta USB), trabalhava por umas 4 horas, e depois disso a conexão caía... o led dsl não estabilizava e eu ficava "mudo" por umas 2 horas até ter "linha" outra vez... contactei o suporte Velox, que no outro dia enviou um técnico, realizou os testes e dectou que (pasme!) o problema não era a placa, não era o modem, não era a linha... eram os cabos de conexão... é... isso mesmo. Trocados os cabos (coaxial e usb), tudo funcionava certinho. Mais tarde fiz o que queria a muito tempo: entrei no Ubuntu, rodei o pppoeconf e em poucos segundos tinha um Linux funcional... em pouco o sistema me avisava de atualizações a serem feitas. Baixei programas pelo Synaptic, instalei plugins no Firefox, assitia vídeos no UOL e, finalmente, escrevia no meu blog a partir de um computador rodando Linux.
Tudo bem que estou começando, tenho dificuldades, mas estou aprendendo muito. Tenho novos problemas, como a placa de vídeo que não está funcionando (é antiga, uma ATI Radeon 7000 VE), e por ser anterior à série 8500 não tem um bom suporte... pode ser que tenha que comprar uma placa nova (o que já estava nos planos). Ainda não imprimi textos, mas de resto, tudo anda muito bem. Sinto-me um pouco melhor: sem virus, sem spywares, sem bugs inexplicáveis e o mais importante: o sentido de comunidade. Já postei algumas coisas no fórum e obtive pronta ajuda. Realmente, algumas coisas podem e são diferentes nos mais diversos e níveis, para nosso espanto.

Abraço.


* Uma referência a uma história que lí há muitos anos trás num magazine (Seleções, eu acho), em quem garotinho ia todos os dias a uma doçaria e fica quase uma hora por lá, olhava e olhava, mas nunca levava nada. Um dia, depois de muitas dessas "sessões", o proprietário - já intrigado - sorrindo perguntou: "você não vai levar nada dessa vez?", e o garoto sem se dar por apanhado, respondeu sem mais: "não, só estou cheirando"...